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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Crack e Cidadania: Nada Altera seus Direitos



Opá!
Aqui estou de novo, e desta vez é para falar das drogas, venho levando pressão há um tempo de alguns acompanhantes de meu blog para falar sobre as Cracolândias, daí decide escrever rapidinho este texto.
 Cracolandia! É assim que a mídia e mais alguns sensacionalistas tratam o lugar onde existe uma aglomeração de “dois” ou mais usuários de Crack (Pelo menos o nome sugere, porém o que se vê é que até se for Cigarro de fumo caipora é cracolandia e não cigarrolandia, sem tom de irônico). A verdade é que existe um grupo de jornalistas que sempre com o intuito de livrar a culpa do governo, focalizam nas “negatividades” que o uso abusivo ou dependente de drogas pode causar “violência, furtos, problemas de saúde, dentre outros”... Nunca se vê um jornalista evidenciando as potencialidades (perdidas ou inativas) desses Cidadãos e Cidadãs, nunca mostram que na verdade eles são as maiores vítimas de um sistema corrupto dos que humildemente receberam votos desses “drogados” (desta vez com irônia).
 Lembro agora do promissor Pedro Abramovay que ao assumir no início do ano a coordenação do SENAD, firmou seu compromisso com os direitos Humanos e disse que para ele o traficante da esquina da rua não seria preso (este órgão é do Ministério da Justiça) e sim aquele que fornecia a droga para ele, Isso por que a maioria dos traficantes da periferia acabam sendo usuários, e vendendo para sustentar a própria dependência, por isso são antes de qualquer coisa problema da política de saúde.
Isso é bem claro numa música do ótimo Grupo O Rappa “Quem me fornece e quem ganha mais, a clientela é vasta eu sei...” (A Feira), e olha que nesta música eles estão falando da Maconha, que pode ser plantada por qualquer um (não se precisa de um laboratório).
O fato é que devemos ter muito cuidado ao tratar de temas como o uso de drogas, para não corrermos o risco de culpabilizar às pessoas erradas por este problema social. Precisamos nos instruir melhor para podermos juntos cobrar do poder público, ações afirmativas que garantam um tratamento Humanizado para usuários de álcool e outras drogas. Precisamos reconhecer também que não é só o crack que tem flagelado nossos jovens, mais também a Merla (esta segundo alguns redutores de danos é mais utilizada que o crack aqui em São Luís), o mesclado, o loló (Solvente), o tabaco e principalmente o ÁLCOOL que é comercializado livremente a crianças e adolescentes aqui na ilha de São Luís, e que tem sido o principal causador de acidentes de trânsito. Enfim reconhecer o sujeito de direitos que toda e qualquer pessoa é, apostando num processo construído através da escuta, além de trabalhar com a redução de danos para aqueles que estão com dificuldades em parar ou reduzir o uso de drogas.
Um forte Abraço.
Enilson Costa Ribeiro